A pandemia da Covid-19 foi um duro golpe na cadeia produtiva do plástico, mas também um teste forte para avaliar a capacidade de reação dos fabricantes de máquinas e equipamentos. As injetoras se destacam entre as máquinas para a indústria do plástico que mais evoluem em termos de tecnologia. A cada ano os fabricantes apresentam novidades que proporcionam mais economia de energia, competitividade e, nos últimos anos, foco em aspectos como automação, digitalização, sustentabilidade e economia circular. São novos tempos, e novas soluções, como a Plástico Sul comprovou ouvindo os principais fabricantes nacionais e estrangeiros sobre os desafios e o comportamento do mercado.
A fabricante austríaca de injetoras Engel está se dedicando a desenvolver soluções modernas e recentemente realizou um encontro muito significativo: no e-symposium 2021 ao vivo, de 22 a 24 de junho, a companhia destacou que está preenchendo a lacuna entre duas grandes tendências atuais: a digitalização e a sustentabilidade para atender as principais necessidades dos transformadores de plástico. “Para a Engel, os principais temas atuais para a indústria da transformação de plástico são a Digitalização e a Economia Circular, essas duas questões hoje estão no foco no desenvolvimento da empresa”, informa o diretor Udo Löhken, da Engel do Brasil.
Conforme revela o executivo, na digitalização a Engel tem os produtos inject 4.0, desenvolvidos para: smart machine: produtos iQ para tornar as máquinas cada vez mais inteligentes com sistemas assistencias e otimização de processos; smart service: produtos e-connect.24 para possibilitar a assistência remota das máquina e possibilitar o continuo monitoramento das condições da máquina; smart factory: produtos authentig para um gerenciamento inteligente da produção, inclusive com possibilidade de "data analytics" e "big data" para a análise de defeitos de produção e a detecção de tendências para antecipar e prevenir peças produzidas com defeitos.
Udo Löhken destaca que “na Economia Circular a Engel se faz presente em diversos fóruns internacionais para participar no desenvolvimento de conceitos e equipamentos que permitam uma utilização cada vez maior de materiais reciclados nos processos de transformação de plástico por injeção, entendemos que como fabricante de equipamentos temos uma grande responsabilidade no desenvolvimento de conceitos e tecnologias para a Economia Circular”, aponta.
Quanto às principais necessidades técnicas dos transformadores na atualidade, o diretor da Engel ressalta aspectos básicos e importantes, mas sem grandes alterações. “Acredito que além dos dois assuntos citados acima não houve grandes novidades em termos de demandas técnicas, penso que os transformadores continuam tendo os melhores resultados produzindo as suas peças com a maior produtividade possível, menores ciclos, com o menor consumo de energia e de matéria prima e o menor refugo possível”, explica.
Reação e aprendizado - As reações da economia setorial nos últimos anos merecem uma avaliação especial porque os reflexos sobre as vendas, gestão, faturamento e outros aspectos estão relacionados à crise sanitária. “O comportamento do mercado nesse período é muito influenciado pelo próprio desenvolvimento da pandemia no Brasil. No início da crise o fechamento do comércio e das indústrias teve um grande impacto nos investimentos dos nossos clientes, e conforme houve a reabertura da economia e com o aquecimento das vendas, também devido ao auxílio emergencial, no segundo semestre houve um aquecimento da economia e das vendas de máquinas”, comenta Udo Löhken.
O diretor da Engel faz referência a algum tipo de benefício. “Como aprendizado técnico, tivemos a aceleração da utilização e da compreensão das vantagens das ferramentas digitais, como por exemplo a possibilidade de assistência técnica remota, para ajudar os clientes a resolverem os seus problemas mesmo com as restrições de viagens a visitas aos clientes”.
Mesmo uma empresa do porte da Engel enfrentou alguns problemas durante a pandemia, não com a escassez de matéria-prima ou componentes, mas de logística, conforme revela Udo Löhken. “A Engel não fabrica as máquinas no Brasil, mas tivemos sim problemas com os fretes marítimos e aéreos que ficaram mais escassos e mais caros devido a pandemia. Entendo que ainda está havendo um desequilíbrio em toda a cadeia produtiva mundial devido a pandemia, e que ainda não temos como estimar as consequências futuras desses desarranjos nas economias do mundo todo”, alerta.
Apesar de todos os contratempos, segundo o executivo, houve superação. “Em termos gerais, a Engel conseguiu no Brasil e mundialmente se ajustar de forma muito rápida e flexível às necessidades de trabalhos remotos impostos pela pandemia e conseguimos alcançar resultados surpreendentes nesse período de crise sanitária”, finaliza.
Consciente da sua importância no segmento de fabricação de injetoras, a Sumitomo Demag desenvolveu a capacidade de perceber com clareza as principais demandas técnicas dos transformadores na atualidade. “Vemos que as maiores demandas são treinamentos e ajustes de processos nas máquinas. Temos também chamados específicos para fazer algumas intervenções de melhorias e modernizações em nossos equipamentos”, explica o gerente geral Christoph Rieker.
A pandemia foi um teste forte para a Sumitomo SHI Demag, que demonstrou estar bem preparada para atender às necessidades do mercado brasileiro. “A empresa tem uma estrutura própria em São Paulo que conta com um estoque de peças de reposição para atender todas as linhas das máquinas fabricadas nas nossas unidades na Alemanha, Japão e China, como máquinas elétricas, híbridas como também hidráulicas”, destaca o executivo.
Christoph Rieker valoriza a importância de ofercer o suporte que os transformadores precisam. “Na nossa estrutura contamos também com técnicos especializados e bem treinados nestas linhas de máquinas para atender as necessidades de nossos clientes”, diz. E acrescenta: “Como também contamos com um Engenheiro de Processo para auxiliar na produção, deixando fabricação mais eficaz e produtiva”.
Assim como outros fabricantes, a Sumitomo Demag também sentiu os efeitos da crise internacional, que afetou produção e comercialização, mas conseguiu reagir. “Nesta pandemia o mercado como um todo se retraiu afetando as vendas de máquinas novas. Porém, alguns segmentos da economia continuaram com boas encomendas e continuando a investir em máquinas novas. Muitos de nossos clientes aproveitaram para fazer manutenção nas máquinas que não estavam trabalhando. De um modo geral a Sumitomo SHI Demag não foi afetada bruscamente com esta pandemia. Vemos que aos poucos o mercado está retomando”, afirma Rieker, otimista na recuperação do setor.
Ao contrário de muitos fabricantes de máquinas que enfrentaram problemas de escassez de matérias-primas como aço e alguns componentes, a unidade da Sumitomo Demag no Brasil não teve essas dificuldades. Rieker explica: “Como somos uma filial no Brasil , sem produção, não tivemos uma escassez de matéria prima. A nossa matriz também não enfrentou problemas na fabricação das máquinas”, completa o executivo.
A Aluminiplast, representante da Chiang Machines, vem consolidando um mercado consistente no Brasil desde 2006, com muitas parcerias de sucesso com soluções para a indústria de alumínio e plástico. Conforme destaca o diretor comercial Marcelo Feijó, a empresa está bem estruturada para atender os clientes, valorizando em seus produtos os conceitos de eficiência, praticidade e agilidade. “Nossa empresa trabalha com equipamentos importados e investe continuamente em treinamento da equipe de manutenção para ter domínio total e não precisar de técnicos do exterior” informa.
Nos últimos anos, em função da pandemia o comportamento dos transformadores de plástico passou por mudanças, buscando soluções tecnológicas para compensar eventuais perdas. Marcelo Feijó explica como a empresa se propõe a atender as necessidades dos clientes. “A demanda por economia de energia e otimização de espaço do caro espaço de chão de fábrica. Nossas injetoras linha BM ocupam muito menos espaço, pois são em média 30% mais curtas, cerca do dobro de produção no mesmo espaço de uma injetora convencional”, ressalta. E acrescenta: “ Nossas máquinas satisfazem quem procura por limpeza , pois não precisam de graxa ou óleo para fechamento”.
Como todos os setores da cadeia petroquímica-plástico foram afetados pela pandemia, Marcelo Feijó comenta de forma criteriosa o comportamento do mercado quanto às vendas, eventuais perdas e estagnação. “O mercado foi muito variável, e quem tinha estrutura disponível para suprir a demanda, ganhou muito. Muitos produtos importados ficaram inviáveis por causa do aumento explosivo do frete internacional e o custo de mercadorias. Com isto, houve muita substituição de importação”, aponta.
Outros aspectos que os fabricantes foram obrigados a considerar estão relacionados à escassez de matéria-prima e questões de logística. O executivo da Chiang apresenta o quadro: “Houve atrasos de embarque ano passado, e este ano já aumentou em dólar o preço das máquinas. O minério de ferro na China aumentou 80% em dólar, e as siderúrgicas repassaram aumento de 40% no aço”, diz.
Marcelo Feijó acrescenta um comentário interessante do ponto de vista de mudança para a indústria de transformação de plástico, uma espécie de legado, levando em consideração o atual contexto chinês. “A oportunidade de investimento atual é muito promissora. Nunca mais as importações de produtos plásticos da China terá tamanha relevância como foi antes da pandemia. Muitos componentes importados estão sendo nacionalizados, mesmo com custo um pouco maior, porém com confiabilidade de entrega”, completa.
Em sintonia com as mais modernas tecnologias internacionais, a Injet Vendas e Assistência Técnica de Injetoras e Robôs Cartesianos, com sede em São Paulo, está preparada para os desafios para satisfazer os clientes, conforme destaca do especialista técnico Agostinho Neto. “Temos uma equipe técnica altamente qualificada como tecnólogos em polímeros e técnicos de campo especialistas no processo de injeção de plástico na parte tecnológica. Temos um setor de engenharia pronto para atender qualquer demanda de nossos clientes desde automação de linhas robotizadas a maquinas injetoras com características especiais”.
Conforme Agostinho Neto, “a principal demanda hoje é por equipamentos cada vez mais automatizados e precisos como por exemplo, a nossa linha de robôs de nova geração e nossa linha de máquinas das serie denominadas Canbio ST, Nova IT, Serie Bi Power, Nova ET 100% elétrica todos estes equipamentos atendem a indústria 4.0 com um nível altíssimo de tecnologia da informação”, explica.
Mesmo que a indústria de transformação precise estar atualizada com as novas tecnologias, o especialista da Injet ressalta que o comportamento do mercado em função da pandemia apresentou cenários diferentes quanto à vendas, gestão etc. “ Falando especificamente do ano em curso o mercado tem reagido de forma muito positiva para nossa empresa. Temos uma crescente nos pedidos de orçamento de novas máquinas e robôs. Nosso setor de assistência cresceu muito e novos projetos como retroffiting registrou crescimento na ordem de 22% em relação a 2020”.
Sobre os eventuais problemas de abastecimento de matérias-primas, peçase logística, característicos em tempos de crise, a Injet soube como se comportar, como revela Agostinho Neto. “Não tivemos dificuldades nesse sentido, pois conseguimos nos organizar logo no inicio da pandemia de modo que cumprimos todos os compromissos com nossos cliente e parceiros sem atrasos”, completa.
Uma das mais tradicionais fabricantes de máquinas injetoras, a alemã Arburg, tem investido alto em tecnologia e eventos para mostrar sua capacidade de atender às demandas dos transformadores. Alfredo Fuentes, diretor da empresa no Brasil, informa que a Arburg tem apresentado ao setor “máquinas com alta produtividade, alta disponibilidade e estabilidade de operação, facilidade de programação com interface amigável, além de recursos de integração com periféricos e sistemas de controle compatíveis com o conceito de indústria 4.0”.
Mesmo com a pandemia a empresa conseguiu demonstrar que está estruturada para atender às necessidades dos clientes, segundo enfatizou Alfredo Fuentes. “A Arburg está presente no mercado brasileiro há mais de 20 anos com estrutura própria de vendas técnicas, engenharia e serviços. Atendemos clientes em todas as regiões do pais com estoque local de peças , máquinas e um time especializado de técnicos treinados em nossa matriz na Alemanha para atender de forma integral as necessidades da indústria de transformação do plástico”, explica.
Com feedback adequado, equipe preparada e estratégias de gestão a Arburg conseguiu manter um desempenho equilibrado em um mercado instável. “O mercado comportou-se de forma oscilante com períodos de estagnação mas também meses em que houve forte demanda por maquinário principalmente de julho 2020 a março 2021”, diz Fuentes. “O ano de 2020 foi positivo em vista das dificuldades do primeiro semestre e os desafios de adaptação a nova realidade de vendas com restrições de viagens e contatos presenciais. Nossa equipe de serviços esforçou-se para manter o nível de atendimento de suporte técnico nos clientes, assim como o time comercial dedicou-se a manter a necessária proximidade com clientes utilizando ferramentas digitais como o zoom e realizando webinares técnicos com grande aceitação e elevado número de participantes interessados em atualizar seus conhecimentos”, explica o executivo.
Alguns percalços comuns em períodos de crise, como a escassez de matéria-prima e outros componentes, também interferiram no ritmo de produção. “A Arburg é uma empresa que tem alto índice de verticalização de sua produção e portanto tem grande controle sobre a fabricação da maior parte dos componentes de suas máquinas, mesmo assim enfrentamos dificuldades com alguns insumos devido ao desbalanceamento das cadeias logísticas globais. Com a retomada da demanda por maquinário em mercados como EUA, Europa e parte da Ásia já observamos um aumento nos prazos de entrega comparado com a realidade de 6 ou 8 meses atrás”, relata o executivo.
Com a experiência quase centenária no fornecimento de produtos e serviços para vários setores industriais, a Romi, com sede em Santa Bárbara d’Oeste (SP) é a maior fabricante nacional de máquinas para o setor plástico. O Gerente de Vendas de Máquinas para Plásticos Glauco Machado, revela como a empresa se organiza para suprir as necessidades dos transformadores no atual momento do mercado. “Buscamos atender principalmente as necessidades relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias voltadas ao aumento da produtividade e redução dos impactos ao meio ambiente. Intensificamos nossa preocupação voltada à redução do consumo energético, desenvolvendo sistemas de acionamentos ainda mais eficazes com os nossos parceiros”, destaca.
O aspecto técnico está em evidência na estratégia da Romi. “Temos atuado na evolução de nossos projetos, incrementando características que proporcionem maior flexibilidade para as mais diversas aplicações, com maiores dimensionais na área do molde, novas opções de Euromap para as unidades de injeção e o conceito de modularidade”, explica Glauco Machado. O executivo cita outros aspectos relacionados ao desempenho funcional. “Com o objetivo de facilitar ainda mais a programação, atuamos também nas opções em tecnologias de acionamento e inteligência de software, além de um acompanhamento específico para o tema conectividade, adequando os nossos equipamentos aos conceitos da Indústria 4.0”,aponta.
Modelos mais econômicos e versáteis - A empresa está atenta às constantes exigências técnicas e ao surgimento de novos grades de matérias-prima para atender às demandas dos clientes. “Os transformadores têm buscado máquinas mais econômicas e versáteis e soluções para uma grande variedade de matérias-primas. A preocupação com a conectividade das máquinas, que possam trabalhar de forma integrada com periféricos e sistemas de gestão é crescente e vem ganhando maior importância”, informa Glauco Machado. O executivo diz que “a Romi mantém seu foco para atender as necessidades do mercado e do meio ambiente com ótimo posicionamento na relação custo-benefício, desenvolvendo equipamentos com baixo consumo energético, facilidade de programação e de alta produtividade”.
Embora o planejamento estratégico de uma grande empresa possa prever períodos de crise, os reflexos da pandemia da Covid-19 provocaram mudanças no mercado que exigiram ações precisas. Glauco Machado explica como a Romi enfrentou o problema. “Diante de cenários de incerteza e alta volatilidade, continuamos implementando medidas com o objetivo de tornar nossa estrutura mais leve e nossa forma de planejar e produzir ainda mais ágil e flexível, para responder rapidamente às oscilações da demanda”.
Esse processo, no entanto, foi executado com sucesso pelo planejamento estrutural. “Ao longo dos últimos anos, efetuamos diversas otimizações, principalmente, nas estruturas indiretas. Reforçamos o foco em projetos de redução de custos e despesas, além de realizarmos investimentos em automação e produtividade, centrados no incremento da rentabilidade, o que se pode notar desde o ano de 2017”, lembra o executivo. “Embora o ambiente ainda apresente incertezas, principalmente, relacionadas à pandemia, a recuperação das atividades industriais iniciada em meados de 2020 continuou no primeiro trimestre de 2021. A confiança do empresário industrial vem apresentando patamares favoráveis, assim como a taxa básica de juros e a desvalorização cambial que continuam impulsionando o volume de entrada de pedidos das Máquinas Romi”, acrescenta Glauco Machado.
As dificuldades que muitos fabricantes enfrentaram para manter a produção, como escassez de produtos ou componentes, não chegou a afetar a programação da Romi graças à medidas de gestão tradicionais que a empresa aplica. O Gerente de Vendas explica melhor essa questão. “A instabilidade da disponibilidade de matéria-prima no mercado não afetou a Romi significativamente. Apesar de inevitáveis reajustes de preços, acreditamos que nosso trabalho constante para construir uma cadeia de suprimentos robusta tenha sido fundamental para garantir nossos insumos”, finaliza.
Tradicional e conceituada fabricante nacional de máquinas para a indústria do plástico, a Pavan Zanetti executou uma mudança no seu sistema de produção no que se refere ao segmento de injeção. A empresa continua atendendo às necessidades do mercado, mas de forma diferente, como explica o Diretor Comercial Newton Zanetti. “A Pavan Zanetti não é hoje fabricante de injetoras no país e sim importadora de uma marca chinesa, sob encomenda. Não temos hoje uma estrutura de máquinas pronta entrega como já tivemos nos anos passados, por conta do alto valor do dólar atual. Atuamos sob encomenda devido também a queda de demanda de injetoras”, relata.
Quanto às exigências técnicas dos transformadores, Newton Zanetti informa como a empresa atende às principais demandas técnicas na atualidade. “No nosso caso, atuamos praticamente em injetoras hidráulicas e quando muito, nos é solicitado a motorização do sistema hidráulico com servo motor ou a instalação de inversor de frequência para comando e redução de consumo energético nas máquinas. Essas tem sido as principais demandas técnicas para uso em setores como injeção de pré-formas, injeção de tampas e potes e uso industrial em geral”, informa.
Sobre o comportamento geral do mercado nesse período de pandemia, Newton Zanetti faz uma avaliação criteriosa. “No inicio da pandemia em 2020 o mercado parecia que iria entrar em colapso, muito pelas incertezas e pela quarentena parcial. Porém, ações rápidas do governo federal com a liberação do auxílio emergencial, acertos trabalhistas como possibilidade de redução parcial dos salários e turnos e outras medidas complementares, o mercado ligado ao consumo principalmente de higiene e limpeza, fármacos, alimentação teve uma recuperação rápida e no segundo semestre de 2019 foi bastante movimentado”, ressalta.
A instabilidade econômica provoca reflexões diferentes, mas o Diretor Comercial da Pavan Zanettil demonstra cautela, mas uma dose de otimismo. “Agora em 2021 houve nova retração pela procura grande de máquinas que abasteceu o mercado e trabalha hoje com ociosidade dada ao aumento brutal das commodities. Vemos agora um movimento que lentamente vem reduzindo os preços dessas commodities com a baixa do dólar nos últimos dias”, justifica.
Ao contrário de outros, o executivo queixa-se de dificuldades que a empresa enfrentou. “Muitos problemas de falta de matérias-primas e atrasos nas entregas além do aumento também brutal dos aços, alumínios, motores, materiais importados e muitos outros que contribuíram para encarecer os produtos que fabricamos. No caso de injetoras importadas, tivemos aumento de preços pelo parceiro comercial, atrasos de entrega pela pandemia e escassez interna, falta de navios e containers, aumento brutal do preço de container e frete”, elenca Newton Zanetti.
Mas como onde há luta e trabalho, há esperança, o executivo confia num futuro mais promissor. “Acredito que possa haver aumento de procura por injetoras a partir de uma queda maior do dólar. Provavelmente isso ocorrerá com o aumento da taxa Selic e a provável redução da cotação do dólar, que rebaixará os preços de injetoras importadas a um nível antes da pandemia, o que favorecerá o aumento de vendas dessas máquinas”, projeta.
A Haitian International se apresenta como um dos principais fabricantes mundiais de máquinas de moldagem por injeção, fornecendo soluções de aplicação altamente eficientes em todos os principais mercados do processamento moderno de plástico. A unidade brasileira está localizada em São Roque (SP), mas faz parte de um conglomerado preparado para atender a todos os clientes, como ressalta o Gerente Industrial no Brasil Roberto Candido de Melo.
“A Haitian está construindo a décima quinta fábrica na China para suprir a demanda mundial, sendo que essa fábrica de máquinas será grande parte com sistema automatizado totalmente voltada à Indústria 4.0 e com conceitos em máquinas injetoras inteligentes integradas a sistemas de gerenciamento remoto e alta precisão. Na unidade em São Roque estamos expandindo nosso setor de estoque de peças, laboratório de análise e salas de aperfeiçoamento técnico a clientes”, informa.
Mesmo com o conceito marcante de atendimento ao setor automotivo, a Haitian ressalta que oferece um portfólio para suprir as principais demandas técnicas dos transformadores na atualidade. “Atendemos vários segmentos, mesmo que muitos achem que peças técnicas são somente para o setor automobilístico, mas temos muitos outros, como médico-hospitalar, construção civil e tampas, sendo assim, a demanda em 2020 aumentou e esperamos o mesmo em 2021, pois temos séries de máquinas voltadas a esse segmento”, explica Roberto Candido de Melo.
Muitos usam a palavra crise para justificar maus resultados, mas segundo o executivo, a Haitian soube como aproveitar pandemia, superar as dificuldades e conseguir bons resultados no mercado, além de outros fatores positivos, como relata o Gerente Industrial. “De uma visão geral, crescemos mais de 10% em 2020, pois entramos em segmentos específicos que na Europa ou EUA a Haitian já estava presente, mas faltava o Brasil e, por meio de boa gestão e planejamento, estamos passando pela pandemia de forma agregadora em todos os sentidos, afirma o executivo.
Sobre os problemas gerados pela pandemia, como falta de produtos, peças e reflexos na produção, o Gerente Industrial informa que a Haitian “não sentiu a escassez, mas muitos clientes sentiram por um período, que se estabilizou com valores elevados”. A diretoria da subsidiária brasileira aproveita para exercer o sentimento de valorizar as parcerias. “A Haitian Brasil se solidariza com todos que estão passando pela pandemia com dificuldades e acreditamos que os próximos meses serão de prosperidade e estamos presentes para entregar produtos confiáveis e nossa estrutura presente no Brasil lhe oferecer vantagens”, finaliza.
Apesar de enfrentar um período de instabilidade econômica, o Brasil é um mercado promissor para os fabricantes internacionais de máquinas para a indústria do plástico, como a Chen Hsong South America, uma filial da The Chen Hsong Group, Hong Kong. A empresa dispõe de estrutura para oferecer produtos diferenciados ao setor, segundo o Gerente Comercial Luís Guerra. “Estamos localizados em Taboão da Serra, São Paulo, e para atendermos os nossos clientes temos estoque local rotativo com aproximadamente 70 a 80 máquinas, mantemos um grande estoque local de peças de reposição e uma equipe técnica especializada de composta de 9 técnicos e mais técnicos terceirizados em outros estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Pernambuco e Ceará”.
Tecnologia é uma palavra-chave para conquistar o clientes e a Chen Hsong investe nesse caminho. “Cada vez mais os transformadores tem solicitado máquinas com alto rendimento, precisão e baixo consumo energético. Para tanto estamos focando bastante em máquinas com maior agregado tecnológico, todas com bombas alemãs (Eckerle) de engrenamentos interno, acionadas por servo motores de terceira geração da Innovance, válvulas proporcionais Rexroth e demais componentes de primeira linha. Com isso conseguimos manter as necessidades para atender as demandas do mercado”, diz o executivo.
De acordo com Luís Guerra nessa época é complicado avaliar o comportamento geral do mercado quanto às vendas, prejuízos, estagnação ou algum aprendizado técnico e de gestão. “Este é um período muito difícil para todos, seja no campo pessoal, seja no campo profissional. As empresas tem tido muitas dificuldades para manter as suas máquinas trabalhando e o emprego dos seus colaboradores. Nós da CHSA temos tentado ao máximo compreender e ajudar na medida do possível a todos os nossos clientes neste momento. Com isto tivemos que fazer um bom plano de administração de fluxo de caixa para assimilar a queda no recebimento de financiamentos feitos a clientes que precisaram de um prazo maior, ou suspensão temporária de pagamento, enfim temos ajudado de várias maneiras”, explica o executivo.
E acrescenta: “Por outro lado nós também investimos bastante no aumento de estoque local, para termos máquinas a pronta entrega desde 80 ton até 1000 ton, isto fez com que nossas vendas aumentassem muito, mesmo durante todo este período de pandemia. Também, andando na contramão da situação de boa parte das empresas nós dobramos o nosso quadro de engenheiros técnicos para atender a demanda deste crescimento e também a necessidade de manutenção de muitos dos clientes que aproveitaram o período para revisarem as suas máquinas usadas”, aponta Luís Guerra.
Mesmo quem elabora um bom plano de ação não consegue escapar ileso dos reflexos da pandemia como a falta ou escassez de matéria-prima e componentes, entre outros. O executivo da Chen Hsong detalha essa problemática. “Nós temos tido problemas de falta de componentes e aço, na China, Com aumentos absurdos no custo. Além disto, temos tido sérios problemas de transporte com a falta de containers e navios para transportar as nossas máquina para o Brasil. Isto tem, novamente provocado uma forte pressão para aumento de preços, que temos até o momento tentado absorver, mas em breve seremos obrigado a ceder a esta pressão e repassar estes custos aos nossos clientes”, prevê.
Luís Guerra confirma que a Chen Hsong tem investido muito no Brasil: “com a filial, aumento de estoque, peças de reposição locais, serviços técnicos de suporte e/ou manutenção, financiamento direto com a CHSA e agora iremos para uma nova etapa, com aumento das nossas instalações. Acreditamos que esta fase difícil irá passar e queremos estar prontos para atender aos nossos clientes existentes e futuros também”, projeta.
Outra empresa asiática que consegue manter seu atendimento sem sobressaltos, garantindo a entrega de produtos e serviços aos transformadores é a Tsong Cherng. De acordo com o diretor Newton Tien, com planejamento os problemas foram superados. “Assim como sempre fizemos ao longo dos anos: manter um rico estoque de peças de reposição, uma equipe sólida de suporte técnico pós venda com experiência e capacidade para atender com agilidade aos clientes, estoque de máquinas à pronta entrega. Oferecemos ainda serviços de melhoria da máquina injetora, seja alterando componentes para otimizar a máquina ao processo do cliente, como instalação de inversores de frequência para economia de energia elétrica e reforma de máquina injetora (retrofitting)”, revela Tien.
A Tsong Cherng está atenta às demandas técnicas do setor. “Cada vez mais, os transformadores procuram máquina injetora que gere maior produtividade com menor consumo de energia elétrica. Pois o custo da energia elétrica é um fator que aumenta cada vez mais reduzindo a lucratividade. Isso foi possível ao longo dos últimos 10 anos com a evolução do sistema de servo motor no acionamento da bomba hidráulica, possibilitando economia de até 75% de energia elétrica comparado ao motor convencional, melhorando também na precisão do processo. Embora o parque fabril brasileiro ainda possua uma fatia considerável de máquinas antigas com mais de 15 anos de fabricação”, explica Tien. Ele informa que além do consumo de energia outras demandas são máquinas que entreguem mais funções como - velocidade rápida de injeção para peças de parede fina; sequencial para aplicação de moldes com sistema IMC etc.
Problemas de mercado - Na avaliação de Newton Tien, o mercado passou por alterações bruscas nesse período, com destaque negativo para o aumento no preço das resinas. “No início da pandemia em março /abril de 2020 alguns mercados (maioria) parou e o mercado de embalagens principalmente de álcool em gel e produtos de limpeza decolaram absurdamente. Após a estagnada do mercado, em meados julho notou-se a retomada da indústria, onde a procura por equipamentos aumentou bastante principalmente de máquinas usadas, devido ao valor do dólar, aumento do valor de frete internacional e falta de estoque de máquinas novas. Isso fez com que os valores das máquinas usadas valorizassem também”, lembra.
“Mas a principal queixa foi o elevado aumento da matéria-prima, materiais como polipropileno que custava 7 reais chegou a 23 reais. Materiais importados de engenharia também dobraram de valor. O polipropileno reciclado que custava entre 3 a 6 reais chegou a ser vendido por 10 reais/kg”, aponta. Newton Tien ressalta que o custo elevado não se restringiu só ao plástico, mas o papelão, óleo e aço também subiram de valor. “Alguns segmentos cresceram bastante fazendo a indústria do setor aumentar capacidade e investimentos, mas infelizmente alguns segmentos sofreram e ainda sofrem bastante com a crise causada pela pandemia. Muitas indústrias tiveram que reduzir estruturalmente e ao mesmo tempo otimizar processos para poderem se manter”.
O executivo também comenta sobre os problemas de escassez e outros produtos. “Pela resposta anterior a escassez de matéria-prima foi sentida pelos transformadores sim. Sentimos escassez sim no aumento do valor do aço, óleos hidráulicos lubrificantes e aumento do frete internacional para produtos importados, além da disparada do dólar”, completa.
Graças a um planejamento comercial e estratégia logística, a IMMAC, com sede em Novo Hamburgo (RS) está plenamente capacitada para oferecer injetoras dotadas de avançada tecnologia ao segmento transformador. Por intermédio da Borche Brasil que desde 2019 é filial da chinesa Borche Machinery, tem registrado boa aceitação. Por isso o experiente executivo Cristian Heinen comenta entusiasmado o momento da empresa. “Com esse suporte temos um estoque considerável de injetoras com pronta entrega no Brasil, dividido entre a matriz (Novo Hamburgo/RS) e filial (Araquari/SC)”, ressalta.
As injetoras Borche compõe uma gama completa de injetoras inteligentes acionadas por servomotor, alta performance e maior economia de energia: de tesoura, de duas placas, multi componentes, elétricas e híbridas para ciclo rápido e aplicações especiais. E empresa garante que em todas as categorias, a tecnologia está madura e avançada. Cristian Heinen acrescenta que a preocupação da IMMAC em manter o setor abastecido “também inclue os periféricos, pois sempre estamos repondo estoque, independente da situação do mercado”, afirma.
Ao se referir sobre as demandas técnicas, o executivo informa que seguem as mesmas do passado. “Alguns setores do plásticos tiveram uma diminuição enquanto outros apresentaram um acréscimo de pedidos”, diz. “Alguns setores ligados às embalagens e eletrodomésticos tiveram crescimento bem maior”, explica.
Sobre os reflexos nas vendas e comportamento do mercado Cristian Heinen também revela que, apesar da pandemia, os resultados serão positivos. “Deveremos concluir o ano de 2021 com aumento de faturamento de pelo menos 10%”, projeta. E faz outro tipo de avaliação quando o tema é escassez de insumos e outros fatores de gestão. “Não houve dificuldades nesse aspecto, pois vendemos maquinários”, completa.
O engenheiro David Araújo, da Biasa, empresa que representa no Brasil a fabricante de injetoras taiwanesa FCS, também comentou sobre como a empresa está organizada para disponibilizar as máquinas que atendam às necessidades do setor de transformação de plástico. “O mercado demanda respostas rápidas quanto a aplicações especificas dos clientes. Nossa engenharia em Taiwan promove uma resposta rápida e garante performance. Outros pontos importantes são os serviços de assistência técnica e peças de reposição”, destaca.
Diante de um mercado consumidor cada vez mais exigente é preciso oferecer condições técnicas para que os transformadores tenham suas demandas atendidas. “O cliente quer máquinas de ciclo mais rápido, especialmente no tocante as injetoras elétricas. Temos uma linha bastante ampla que aplica essa tecnologia de ponta”, garante o executivo. Ele destaca outras características do setor. “Produtos híbridos também estão em franca expansão. A FCS é Top of Mind na Ásia quando se fala em injeção de dois, três ou até quatro materiais diferentes para compor o produto final”, enfatiza David Araújo.
Ao avaliar o comportamento geral do mercado relacionado à vendas e outras questões nesse período de pandemia o executivo da Biasa faz uma revelação surpreendente. “Espantosamente, assim como também para a maioria do mercado, houve uma retração significativa em março e abril de 2020 e um posterior inesperado aquecimento. Subida generalizada dos preços de matéria-prima, frete internacional, commodities, etc. Tudo isso afetou grandemente os fabricantes, que se viram obrigados a elevar o preço dos equipamentos”, revela.
Quanto aos reflexos desses problemas, David Araújo admite que a empresa precisou se reprogramar para superar o desafio. “Enquanto fabricante, a FCS sofreu com a escassez de componentes, além de acréscimo nos preços. Os prazos de entrega ficaram mais longos tanto em função da demanda quanto da falta desses componentes”, finaliza.