Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Por Alexandre Pierantoni

A pandemia de Covid-19 afetou globalmente todas as indústrias e cadeias de negócios, obrigando diversas delas se reinventarem. Mas alguns setores tiveram recuperação rápida, apresentando crescimento acima do esperado em contexto anterior à pandemia. O segmento de embalagens, globalmente, é um deles. No Brasil, onde o setor chega ao todo a movimentar próximos R$ 100 bilhões ao ano, algumas empresas registraram crescimentos acima de 25% em 2020.

O setor de embalagens foi positivamente impactado pelas mudanças nas cadeias logísticas e necessidades de (e formas de) consumo da população mundial. No Brasil, calcula-se que o e-commerce cresceu mais de 40%, e o impacto na indústria de embalagens foi imediato. As operações de delivery, incluindo todos tipos de produtos – de alimentos a bens de consumo, duráveis ou não; da alimentação que anteriormente era consumida “fora de casa” – em restaurantes, por exemplo, que passaram ao sistema delivery ou drive thru; de compras de supermercados que passaram a ser entregues, necessitando de embalagens.

Há desafios. A cadeia de suprimentos das matérias primas de embalagens também sofreu seriamente com rupturas, variações e disponibilidades de commodities. Diversas indústrias sofreram um movimento parecido com uma montanha-russa, envolvendo volumes, preços e custos (e no Brasil afetado não somente pela variação dos preços dos commodities, mas também por variações cambiais), que começaram a se equilibrar ao final do segundo semestre de 2020 (ai então permitindo recuperação e busca de reequilíbrio de margens).

Em 2020 verificamos, globalmente, cerca de 200 transações no setor de embalagens, movimentando mais de US$ 7 bilhões. No Brasil ainda temos um setor com diversas empresas de perfil familiar e bastante propenso a consolidações. A atratividade é grande, seja pelas oportunidades de combinação de negócios, alavancando operacionalmente as operações, mas também pela complementação de produtos e áreas de atuação. Investidores financeiros, embora minoria de participação nas transações no setor, continuam analisando oportunidades. Há uma tendência global de atenção a questões de Environmental, Social & Governance - ESG no segmento (Environmental em destaque por questões de formas e controle de retorno ou descarte, tempo de decomposição/ degradação, materiais substitutos e naturais; Social & Governance por crescente questões de regulação, comunicação e certificações de qualidade e preservação).

O Brasil já é palco de operações de todos os grandes players mundiais. E continua alvo de atenção e de oportunidades. A demanda brasileira é significativa e está em expansão. Investidores estratégicos globais e financeiros (fundos de investimento, tipo private equity) estão com operações bastante ativas no Brasil. A lista é longa e, dentre diversos outros e de diversos tamanhos delas, podemos mencionar as operações no Brasil da Berry Corporation, da Ardagh Group, da Marubeni (que adquiriu a Santher em fevereiro de 2020 por R$ mais de R$ 2,3 bilhões), da Klabin (que adquiriu as operações da International Paper em março de 2020 por cerca de R$ 350 milhões), da Klingele Paper & Packaging (comprou unidade da Klabin em 2020 em operação de aproximadamente R$ 200 milhões), da CCL Industries, da Amcor/ Bemis (em 2018 a Amcor adquire globalmente a Bemis  por US$ 5,6 bilhões), da Gualapack, da Sonoco, da Avery Dennison, da Logoplaste (que teve 60% de seu capital vendido ao Ontario Teachers’ Pension Plan Board - OTPP, por US$ 1,4 bilhão em fevereiro de 2021  -anteriormente a Logoplast era investimento do fundo americano Carlyle), e financeiros, como por exemplo, as operações da CCRR (empresa do portfólio de investimentos do banco BTG). E há novos investimentos green field, como por exemplo da Klabin que tem investimentos estimados em cerca de R$ 10 bilhões em nova fábrica no Paraná.

Mas ainda há relevantes players mundiais que não estão no Brasil e buscam se posicionar – ou mesmo aqueles que estão querem se fortalecer. E sim, a lista de empresas brasileiras de perfil familiar que poderiam se alavancar e maximizar os valores e perspectivas com uma operação é maior. É uma questão de momento, oportunidade e posicionamento.

Além de mandatos em outros setores, a Duff & Phelps, A Kroll Business tem dedicação específica ao setor de embalagens, com mandatos ativos assessorando compradores e vendedores em operações no Brasil e no exterior. Recentemente a Duff & Phelps assessorou, com uma avaliação e emissão de Fairness Opinion de valor da operação, o board da Gores Holdings V uma Special Purpose Company (SPAC*) em sua transação com a Ardagh Group S.A., na combinação dos negócios de embalagens de metal (Ardagh Metal Packaging S.A.). A operação (anterior Ball Corporation) é líder global em embalagens de metal para refrigerantes e bebidas alcóolicas, com operações nos EUA, Europa e 3 plantas no Brasil, gera receitas de US$ 3.5 bilhões e foi avaliada em US$ 8.5 bilhões (aproximadamente 10.5x o EBITDA projetado para 2022).

Por fim, há de se destacar que o panorama macro é fundamental para essa visão positiva. O ano de 2021 já registrou um primeiro trimestre com recorde de atividades de Fusões e Aquisições (sigla M&A, em inglês). Foram anunciadas 363 transações, o que representa um crescimento de 71% em relação ao mesmo período de 2020.

As atividades de M&A devem bater novo recorde em 2021 e atingir um patamar recorde histórico de mais de 1.300 operações (em 2020 foram cerca de 1.100 operações), com crescimento de cerca de 20% em relação a 2020. Os setores que se destacam continuam sendo os de Tecnologia, Alimentos e Bebidas e Instituições Financeiras. Tecnologia é um direcionador de transações para todos os setores – financeiro, agronegócios, varejo, e logística, embalagens, dentre outros.

Mesmo assim, é impossível não considerar, no cenário macro, que, mesmo com alguns recentes avanços, a aguardada agenda de reformas e privatizações custa a sair do papel.  Os acordos políticos, amargos de compreensão, mas necessários, são críticos para implementação de políticas de crescimento e ajustes de agenda e responsabilidade fiscal.

Sem direcionamentos e respostas urgentes para questões de cunho fiscal, tributário, ambiental, econômico, social – que inclui a questão de saúde e de atenção ao tratamento da pandemia, dificilmente essa perspectiva se sustenta. Precisamos de uma liderança que consiga coordenar e estimular uma agenda positiva.

Alexandre Pierantoni é Head de Corporate Finance no Brasil da Duff & Phelps, A Kroll Business.

Terphane (www.terphane.com), líder em filmes PET (poliéster) na América Latina e um importante player mundial, reafirmou sua posição de vanguarda na circularidade das embalagens de poliéster (PET) e anunciou que em 2021 já utilizou mais de 800 toneladas de resinas PET PCR (recicladas pós consumo), grau alimentício, na produção de filmes da linha Ecophane. Em outras palavras: por este processo de circularidade foi reciclado o equivalente a 11 milhões de garrafas PET de 1 litro descartadas após o consumo.

“Os números demonstram claramente que a Terphane realmente está cumprindo seu compromisso com a circularidade das embalagens, assumido deste que lançou a linha de filmes PET sustentáveis Ecophane, em 2019”, celebra André Gani, Diretor de Vendas & Marketing da empresa.

A linha Ecophane já nasceu alinhada à uma demanda crescente do mercado global por filmes que garantam a produção de embalagens recicláveis e com conteúdo reciclado. No Brasil, o poliéster é a única resina que, após reciclada, pode ser usada na produção de novas embalagens, inclusive para contato com alimentos.

“Estes filmes são o resultado de extensivas pesquisas e muita tecnologia de ponta. Conseguimos criar um filme PET com no mínimo 30% de PCR (PET reciclado pós consumo) em sua composição”, completa Gani. Esta expertise tecnológica resultou em mais de 10 tipos de filmes da linha Ecophane, disponíveis para as mais diversas aplicações.

A linha Ecophane é composta ainda por filmes biodegradáveis cuja decomposição ocorre em aterros sanitários, transformando-se em um fertilizante natural. O filme se degrada completamente num período médio de 04 anos, sempre em condições anaeróbicas. O material já foi aprovado para contato com alimentos e foi desenvolvido de acordo com a norma ASTM D5511 (norma de teste de avaliação da biodegradação em aterro sanitário). Os aditivos utilizados no Ecophane biodegradável são 100% orgânicos, compostos por matérias-primas não tóxicas, e a propriedade de biodegradabilidade está ligada à estrutura química do polímero.

André Gani completa: “O desenvolvimento da linha Ecophane não vai ao encontro apenas das métricas de sustentabilidade estabelecidas pela Terphane, mas atende a uma busca dos brand owners que querem associar suas marcas e produtos a embalagens cada vez mais sustentáveis.” A Terphane estabeleceu como prioridades em sua jornada de sustentabilidade, ações ambientalmente, socialmente e economicamente positivas em suas plantas, produtos, comunidade e no apoio à circularidade.

Fonte: Assessoria/Liliam Benzi

*por Anderson Silva

Quando o assunto é embalagem, as discussões são inúmeras, principalmente sobre o impacto do material plástico no meio ambiente. O que muitas pessoas não imaginam é a importância desses produtos na proteção dos alimentos, além de garantir menos desperdício e pegada de carbono.

Quando analisamos a vida útil de algum tipo de produto de forma macro, é claro que, se o descarte não acontecer de forma adequada, o destino dos resíduos das embalagens plásticas provavelmente será flutuar nos mares e oceanos. Por ano, cerca de oito milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos, o que resulta na morte de 100 mil animais marinhos, segundo pesquisa da ONU.

No entanto, o artigo ‘Pack it in’, do World Wide Fund for Nature (WWF, em inglês) traz um cenário diferente sobre esse assunto. O texto afirma que a embalagem, na verdade, desempenha um papel crítico na proteção de produtos e recursos e muitas vezes ajuda a reduzir e prevenir o desperdício, principalmente quando se trata de alimentos.

Desde 2015, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) realiza estudos que mostram que um terço de todos os alimentos são descartados e essa atitude resulta em uma enorme perda, não só de recursos, mas também em um aumento significativo da pegada de carbono gerada.

Estudos mostram que a pegada de carbono produzida na perda e desperdício de alimentos é, em média, cinco vezes maior do que o impacto da produção ou otimização de embalagens plásticas. Assim, o grande desafio das empresas produtoras desses produtos está focado em encontrar e otimizar as propriedades necessárias para evitar a emissão de resíduos alimentares.

A Flexible Packaging Europe destaca percepções importantes sobre a chamada Embalagem Flexível, aquela cujo formato depende da forma física do produto acondicionado. Segundo a organização, quando consideramos o ciclo de vida dos alimentos, essa embalagem é uma parte muito pequena da pegada de carbono – em média, menos de 10%. Além disso, em um cenário em que todos os alimentos fossem embalados nesse tipo de embalagem, mesmo com 0% de reciclagem, haveria uma redução da pegada total de carbono de 40% e economizaria 25 milhões de toneladas de materiais de embalagem na União Europeia.

É certo que a vida útil de um produto embalado é maior do que a de um produto in natura, o que gera economia para o meio ambiente. Por isso, o produto é o que determina os requisitos técnicos de uma embalagem. A linha de poliamidas Ultramid® da BASF, por exemplo, resulta em níveis mais altos de resistência mecânica e barreira ao oxigênio em comparação às embalagens apenas de poliolefina.

Nós contamos com duas linhas distintas de produção no que diz respeito a poliamidas com a utilização de recursos renováveis. O Ultramid® CCycledTM que possui as mesmas características dos produtos nos quais são utilizados recursos fósseis, o que representa ao cliente um ganho já que não há necessidade de realizar qualquer tipo de alteração na linha de fabricação. Já a linha Ultramid® Flex é produzida parcialmente com recursos renováveis, neste caso, um ácido graxo.

Aqui na BASF, entendemos que a preservação do frescor do alimento, na embalagem correta ou na melhoria de custos, é uma necessidade importante na indústria. Por isso, focamos em inovação para oferecer aos nossos clientes valores e soluções sustentáveis.

A jornada em busca dos melhores resultados não pode parar. Por isso, nós, em conjunto com a indústria, estamos sempre em busca de entregar materiais que impactem de forma positiva e contribuam para uma sociedade mais sustentável, que está engajada em diminuir os impactos ambientais no planeta.

*Anderson Silva é Coordenador de Serviços Técnicos para a BASF América do Sul

Pesquisa feita pela Maxiquim, com exclusividade para a ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis), indica que apesar de um janeiro no qual os principais usuários de embalagem apresentaram um bom comportamento, em fevereiro, houve queda na maioria dos setores e março também fechou com variações negativas, comprometendo o resultado trimestral.

Assim, estima-se que no primeiro trimestre de 2021 a indústria de embalagens flexíveis tenha apresentado produção inferior ao trimestre anterior, com uma queda aproximada de 1%, fechando em 493 mil toneladas produzidas. Por aplicação, este volume foi dividido em embalagens multicamadas, com 165 mil ton; monocamada, 157 mil ton; shrink, 70 mil ton; stretch, 54 mil ton; sacolas e sacos, 40 mil ton; outros, 7 mil ton.

Os setores que mais puxaram o desempenho inferior foram bebidas, produtos de limpeza e agropecuária. O setor de alimentos continuou líder no consumo de flexíveis com 228 mil ton, seguido por aplicações industriais, 93 mil toneladas; bebidas, 50 mil ton; descartáveis, 40 mil ton; limpeza doméstica, 27 mil ton; higiene pessoal, 20 mil ton; e agropecuária, 17 mil ton. O restante ficou dividido entre pet food e outras aplicações menores.

“Sabemos ainda que a baixa disponibilidade de resinas, tanto no mercado local quanto no internacional, prejudicou o setor. A nevasca que atingiu o Texas em fevereiro prejudicou muito a produção de polietileno (PE) e de polipropileno (PP) nos Estados Unidos e essas unidades ainda não retomaram a totalidade de sua produção. E como os EUA são um importante fornecedor para o Brasil, a disponibilidade de resinas ficou limitada, aumentando os preços que já estavam altos. O setor de transformação sentiu uma redução significativa de margem, por não conseguir repassar os aumentos integralmente”, comenta o empresário Rogério Mani, Presidente da ABIEF.

As vendas internas de poliolefinas caíram 2% no 4T de 2020 na comparação com o trimestre anterior, mas houve um aumento de 25% na comparação com o 4T 19. Para o 1T de 2021, o estudo da Maxiquim estima um aumento aproximado de 2% no comparativo com o trimestre anterior e de 19% na comparação com o 1T de 2020. A baixa disponibilidade de resinas segue no mercado internacional, principalmente nos EUA, ainda por conta dos eventos climáticos que diminuíram o excedente de resinas dedicado à exportação para a América Latina. “Sabemos que internamente, a disponibilidade de matéria-prima também está menor que o usual, como resultado das paradas programadas na principal petroquímica”, conclui Rogério Mani.

A partir de diversos estudos conduzidos internamente e externamente, a UBE (https://ube.es/) mostrou, em sua apresentação na 11a Conferência Internacional de Embalagens Flexíveis TAPPI/CETEA, que a reciclagem da poliamida (PA) é totalmente viável.

Um estudo conduzido a partir de um filme de 5 camadas, com 15% de copoliamida, provou que é possível reciclar o material. Também é importante ressaltar que a tecnologia de reciclagem testada é compatível com a usada na reciclagem de politileno (PE) o que comprova que filmes contendo PE/PA são recicláveis e sustentáveis. Ou seja, o fato de haver nylon na estrutura não compromete a corrente de reciclagem do polietileno.

“Com isto, desmistificamos a não reciclabilidade do nylon”, afirma Edgar Veloso, Executivo de Vendas Técnicas da UBE. Os estudos mostram ainda que: filmes multicamadas contendo mais que 5% de PA na estrutura NÃO são difíceis ou impossíveis de reciclar; a umidade contida na PA NÃO compromete o processo de reciclagem; e a presença de PA no material reciclado NÃO gera instabilidade no processo de extrusão, além de géis ou outros problemas.

“Precisamos difundir uma nova cultura sobre a reciclagem dos plásticos em especial sobre a reciclagem do nylon. É preciso deixar claro que os filmes contendo PA (nylon) SÃO recicláveis e a poliamida NÃO é um contaminante nas correntes de PE/PP”, reforça Edgar. 

Além disso, Edgar lembra das excelentes propriedades mecânicas da poliamida: é entre 3 e 6 vezes mais resistente que materiais convencionais, como o PE; é entre 2 e 7 vezes mais resistente a perfuração; e entre 10 e 20 vezes mais resistente ao impacto no drop test. “Isto coloca o nylon como o principal polímero de engenharia para embalagens flexíveis”, afirma o executivo.

Embalagens produzidas com nylon também usam menos material, mantendo um desempenho superior ao de outros materiais. “Este tópico está ligado à sustentabilidade, uma vez que embalagens mais finas têm um impacto positivo ao gerar um volume menor de embalagens após o descarte, e podem ser recicladas após o uso. Sem contar que melhores propriedades barreira aumentam a shelf life do alimento e evitam seu desperdício”, conclui Edgar.

Fonte: Assessoria de imprensa - Liliam Benzi

Na última sexta-feira, 12 de março, a ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis) realizou coletiva de imprensa online para divulgar os números do setor no ano de 2020.Estudo realizado pela Maxiquim, com exclusividade para a ABIEF, aponta quea produção atingiu 2,088 milhões de toneladas. O faturamento mostrou um desempenho ainda mais positivo, com alta de 30%, chegando a R$ 27,7 bilhões. A indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis registrou alta de 5,4% no volume produzido em comparação ao ano anterior.

Também foram registradas altas no consumo aparente – 7,2% - e no consumo per capita – 6,3% - de embalagens plásticas flexíveis. O consumo aparente saltou de 1,910 milhão de toneladas, em 2019, para 2,046 milhões de t em 2020. Já o consumo per capita em 2020 chegou a 9,7 Kg/habitante contra 9,1 Kg/hab em 2019.

“Sem dúvida nossa indústria teve um desempenho acima da média de outros setores produtivos. Mas isto só aconteceu porque desde o início da pandemia, as empresas do setor agiram rápido e se adequaram ao novo cenário para evitar que setores estratégicos como alimentos, medicamentos e bebidas, não ficassem desabastecidos de embalagens e que o consumidor final não sofresse com a falta de produtos”, pondera o empresário Rogério Mani, Presidente da ABIEF.

Rogério lembra ainda que a evolução da produção de embalagens flexíveis foi sentida em praticamente todos os trimestres de 2020, exceto nos últimos três meses do ano. Já o consumo aparente oscilou, mas manteve-se em alta em todos os trimestres. “Vimos que tanto a produção como o consumo se comportaram melhor no segundo semestre de 2020”, completa o Presidente da ABIEF.

Um recorte no estudo da Maxiquim mostra que o principal mercado para as embalagens plásticas flexíveis em 2020 continuou sendo a indústria de alimentos que consumiu 826 mil ton das 2,088 milhões de ton de embalagens flexíveis produzidas. Na sequência vêm as aplicações industriais, com 371 mil toneladas, seguidas por descartáveis (239 mil ton); bebidas (200 mil ton); agropecuária (172 mil ton); higiene pessoal (101 mil ton); limpeza doméstica (101 mil ton); pet food (45 mil ton); e outros (32 mil ton).

O market share, por aplicação, estabeleceu a liderança para as embalagens multicamadas, com 693 mil ton. Na sequência: monocamada, 602 mil ton; shrink, 279 mil ton; sacolas e sacos, 238 mil ton; stretch, 216 mil ton; e outros, 60 mil ton.

As resinas PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno linear de baixa densidade) foram as mais usadas em 2020 pela indústria de flexíveis, totalizando 1,535 mil ton. O PP (polipropileno) aparece em segundo lugar com 324 mil ton e o PEAD (polietileno de alta densidade) na sequência com 229 mil ton. “Aqui vemos uma certa ‘dança’ dos números, principalmente pela falta e pelo aumento do preço da matéria-prima especialmente a partir do segundo semestre de 2020”, avalia Rogério.

Diferentemente do que vinha acontecendo em outros anos, em 2020 a balança comercial do setor não foi positiva: -42%. Isto porque as importações, em toneladas, cresceram 8% e as exportações caíram 18%; em faturamento as importações caíram 3% e as exportações caíram 5%, registrando, respectivamente, receitas de US $ 217 milhões e de US$ 226 milhões.

2020 também foi marcado como o ano em que as embalagens flexíveis aumentaram sua participação no universo dos transformados plásticos, passando de 28% (2019) para 31% num volume total transformado de 6,781 milhões de toneladas. Das 572 mil ton de produtos plásticos transformados importados no ano passado, embalagens flexíveis respondeu por 65 mil ton.

“Estes números revelam que a indústria de embalagens plásticas flexíveis consegue um bom desempenho inclusive em momento críticos, como foi 2020. Mas há sérias preocupações em relação a 2021. O setor teme não conseguir driblar uma possível falta de matéria-prima e, principalmente, nossa indústria não tem mais como absorver aumentos no preço das resinas termoplásticas. Por isso o principal conselho que damos para os associados da ABIEF é: cautela. Avaliem cuidadosamente o cenário, quase que diariamente e, mais do que nunca, pensem como uma cadeia, onde a ação de um dos elos poderá ter uma influência significativa no desempenho dos demais. Precisamos agir juntos e encontrar soluções para mantermos nossa indústria ativa e atendendo às demandas da sociedade e dos vários mercados.”, finaliza Rogério.  

Líder em soluções de processamento e envase, a Tetra Pak iniciará na Europa um projeto piloto para a introdução de polímeros reciclados em suas embalagens cartonadas. A iniciativa torna a empresa a primeira do segmento de alimentos e bebidas a trabalhar com conteúdo reciclado em suas embalagens, estabelecendo um marco para o setor e um passo importante rumo a uma economia circular e de baixo carbono.

Por enquanto, os testes estão limitados a um número reduzido de embalagens, produzidas em fábricas na Hungria e na França, e devem se restringir a clientes dessa região.

"Ainda que o projeto piloto seja focado na Europa e não compreenda o mercado brasileiro, este é um marco importante para a Tetra Pak globalmente e em nossa jornada de desenvolvimento da embalagem mais sustentável do mundo. Ao longo dos últimos anos temos direcionado os nossos esforços com base no conceito de circularidade, utilizando matérias-primas certificadas, minimizando a utilização de materiais fósseis e desenvolvendo soluções que tenham o menor impacto ambiental possível", diz Valeria Michel, diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul.

Em vista aos novos desafios relacionados à sustentabilidade, a companhia mantém esforços no sentido de desenvolver modelos de embalagens e soluções de processamento e envase que, a cada nova geração, sejam mais sustentáveis.

No Brasil, alguns dos marcos da empresa neste sentido são a utilização de plástico verde em partes da embalagem (o produto é obtido a partir da cana-de-açúcar) e a estruturação de uma ampla cadeia de reciclagem, que envolve desde o fortalecimento de cooperativas, o trabalho junto à indústria recicladora e ações contínuas de conscientização do consumidor.

"Ano após ano damos mais um passo em direção à embalagem do futuro. Seguimos compromissados com a sustentabilidade e estamos otimistas a respeito dos avanços que estão por vir", conclui Valeria.

Você já pensou sobre como descartar corretamente embalagens de chocolate ou de salgadinho? Esses e tantos outros produtos como biscoitos, barrinhas de cereais, sopas instântaneas, batata palha e misturas para bolo são embalados em um tipo plástico metalizado chamado BOPP (Polipropileno Biorientado). O BOPP pode ser identificado nas diversas embalagens flexíveis que são coloridas por fora e metalizadas, opacas ou foscas por dentro. Por serem muito leves e pequenas, acabavam não sendo recicladas, mesmo que o consumidor fizesse o descarte observando o tipo de material na lixeira de coleta seletiva. E foi pensando nessa problemática que a Nestlé se uniu à TerraCycle para implementar um programa de logística reversa para essas embalagens pós-consumo.

A iniciativa torna o material nacionalmente reciclável e mobiliza toda a cadeia para participar ativamente da solução. A partir de agora qualquer consumidor, condomínio, empresa e cooperativa poderá encaminhar as embalagens gratuitamente pelos Correios. A cada quilo enviado, os participantes receberão um crédito de R$ 3,00 que poderá ser doado para uma escola pública ou para uma instituição sem fins lucrativos de sua escolha. As cooperativas são os maiores beneficiados, uma vez que poderão se autoindicar para receber os pagamentos.

Os itens recebidos pela TerraCycle serão processados e transformados em novos produtos como vasos de planta, caixas de fruta, cones de trânsito e até mesmo playgrounds. Além de oferecer uma solução para embalagem de produtos que estão presentes em praticamente todos os lares brasileiros, a iniciativa propicia uma renda adicional para cooperativas de reciclagem em todo país, uma vez que esses resíduos costumam ser recebidos em grandes quantidades, mas até então não eram comercializados por não terem valor de mercado.

Para garantir a participação no programa, basta se cadastrar em: www.terracycle.com.br/nestlerecicla, imprimir a etiqueta pré-paga de postagem e levar a caixa com os resíduos à agência dos Correios mais próxima. Lembrando que a participação é totalmente gratuita.

Sobre a TerraCycle

Com atuação em 21 países, a TerraCycle é líder global em soluções ambientais de resíduos de alta complexidade. Suas operações já transformaram mais de 7,7 bilhões de embalagens em matéria-prima para geração de novos produtos. Por meio de seus programas de reciclagem, a TerraCycle engaja globalmente mais de 200 milhões de pessoas e já doou cerca de US$45 milhões para escolas públicas e instituições sem fins lucrativos.

Com um dos portfólios mais completos do mercado, a Braskem amplia sua gama de soluções para o segmento de embalagens, um dos principais consumidores de resinas termoplásticas da companhia na América do Sul.

A família Braskem Flexus, marca de filmes de alta performance da companhia, passa a contar com o Flexus 9213S, que apresenta baixo bloqueio, baixa migração de aditivos e maior estabilidade do tratamento pré-impressão, além dos ganhos de performance e excelente resistência ao impacto e à perfuração, característicos já conhecidas nessa família de resinas. Entre as principais aplicações para o Flexus 9213S estão as embalagens Form Fill Seal (FFS), pet foodstand-up pouches efilmes multicamada para alimentos.

Proxess 3310

A família Braskem Proxess, marca de filmes com excelente processabilidade, também ganha o reforço do Proxess 3310, um polietileno de média densidade produzido com catalisador metalocênico, que apresenta excelente processabilidade, com baixo teor de géis. Específico para a produção de filmes especiais e laminados, o grade oferece maior rigidez e baixo impacto em propriedades óticas quando encapsulado. Seu grande diferencial é a redução na espessura do produto final, podendo ser utilizado em aplicações, como tubos de pasta de dente, pet foodstand-up pouches e filmes multicamada.

O segmento de embalagens flexíveis também ganha três novas soluções. O grade HD2000F, polietileno de alta densidade produzido com tecnologia bimodal, que oferece melhor processabilidade ao produto final, devido à larga distribuição de massa molar. O filme que é produzido a partir desta resina apresenta alta tenacidade e resistência ao impacto, mesmo em baixas espessuras. Esse novo grade foi desenvolvido, principalmente, para o segmento de sacolas plásticas e bobinas picotadas.

Pensado especialmente para atender o mercado de filmes tubulares mono ou coextrusão, o grade HD5000N,polietileno de alta densidade, possui excelentes propriedades mecânicas e processabilidade, além de ampliar a performance das embalagens flexíveis que demandam alta rigidez, boas propriedades óticas e, especialmente, melhor barreira contra o vapor d’água. As principais aplicações deste produto são alimentícias, como os filmes especiais que ficam em contato com alimentos e embalagens para cereais e outros produtos que requerem barreira específica contra o vapor d’água.

Filmes stretch

Fechando esta categoria está o RF70, único grade de polipropileno para formulações de filmes stretch. Este copolímero randômico, com médio índice de fluidez, não contém aditivos deslizantes nem anti-bloqueio, sendo apropriado para preparação de formulações customizadas. Essa resina garante maior eficiência operacional na paletização de cargas, visto que os filmes possuem maior resistência de propagação ao rasgo, além de contribuir para a redução de resíduos gerados por falhas do filme no processo de unitização. Em função da melhor performance em propriedades mecânicas, é possível atingir altos níveis de estiramento do filme e consequente otimização na aplicação durante a paletização, reduzindo a relação entre o peso do filme aplicado e mantendo a força de retenção de carga. Dessa maneira, todo o processo de armazenamento e transporte de carga torna-se mais sustentável, eficiente e seguro.

Fabio Agnelli, responsável pela equipe de Engenharia de Aplicação na Braskem, ressalta que os lançamentos estão alinhados à estratégia comercial da companhia, pautada pela proximidade com o cliente. “Temos uma equipe técnica dedicada à identificação de oportunidades de mercado e eficiente na busca por novas soluções, com foco no pleno atendimento às necessidades dos nossos clientes e brand owners. Ficamos muito satisfeitos com a ampliação do nosso portfólio, que evolui na entrega de características importantes ao segmento, como alta performance, resistência e segurança”, afirma o executivo.

Comercializados em todo o Brasil e em países da América do Sul, os novos grades HD2000F, HD5000N, Flexus 9213S e Proxess 3310 são produzidos nas unidades da Braskem no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. Já o grade RF70, está sendo produzido pela fábrica da companhia localizada no Polo Gás-Químico, em Duque de Caxias.  

*Sabine Rossi

O lançamento recente da primeira resina da Dow da América Latina com conteúdo 100% reciclado está alinhado às novas demandas do consumidor. Diferentes estudos realizados recentemente mostram que vem crescendo a preocupação com o impacto dos resíduos no ambiente, bem como os efeitos da poluição nas mudanças climáticas. Um estudo realizado pelo instituto Akatu e a GlobeScan, por exemplo, apontou que 92% dos brasileiros demonstram preocupação com o aquecimento global. Além disso, mais de 80% dos entrevistados disseram esperar que as empresas cuidem do que está sob o seu controle operacional e informem a população sobre os seus processos produtivos.

Esses e outros dados, colhidos em diferentes países, comprovam a importância de se investir em tecnologia de materiais e em processos de reciclagem – uma vez que o consumidor parece cada vez mais disposto a cobrar por ações sustentáveis por parte das companhias. E é para esse sentido que a Dow tem direcionado os seus projetos recentes, que incluem o desenvolvimento de soluções de estruturas monomaterial para substituir as embalagens tradicionais (multimaterial) e a produção de compatibilizantes que viabilizam a reciclagem de outros materiais na cadeia de PE. Recentemente, nos unimos à fabricante de embalagens colombiana Alico e a marca de café Pergamino para desenvolver uma embalagem flexível cujas camadas laminadas foram substituídas por PE, fazendo com que toda a estrutura pudesse ser reciclada.

Tudo isso é parte de um plano maior da companhia, que objetiva fechar o ciclo do plástico, repensando o desenho das embalagens, estimulando a reciclagem e, consequentemente, diminuindo o desperdício e o impacto no ambiente. E nessa jornada sustentável, que deve incluir diferentes setores da indústria, teremos, cada vez mais, a companhia do consumidor final.

*Gerente de Desenvolvimento de Mercado para o Brasil e Líder de End Use Marketing para América Latina da Dow

Assine a nossa Newsletter:

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!
Criação de sites: Conectado
linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram