Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

ABIPLAST comenta medidas antidumping às importações de PP

17 de janeiro de 2014
Compartilhe nas Redes Sociais

A Abiplast considera que a adoção de direito antidumping às importações brasileiras de resinas de polipropileno da África do Sul, Coreia e Índia, anunciado nesta sexta-feira (17) pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), é mais um capítulo na história de proteção ao monopólio da petroquímica em detrimento à cadeia produtiva do setor plástico. Confira a nota divulgada pela entidade:

 O direito antidumping provisório contra importações de resinas termoplásticas de polipropileno da África do Sul, Coréia do Sul e Índia é mais um capítulo na história de proteção ao monopólio da petroquímica em detrimento de sua cadeia à jusante.

Desde a consolidação da indústria petroquímica brasileira em 2010, as empresas transformadoras de material plástico têm adquirido suas matérias primas a preços aproximadamente 35% maiores do que os internacionais, tornando a resina plástica no Brasil a mais cara do mundo.

A alternativa ao monopólio no fornecimento de materiais e ao mesmo tempo a única opção de concorrência capaz de balizar o preço doméstico é o mercado internacional.  Essa observação não é feita pela ABIPLAST, tampouco apenas uma observação teórica. O próprio CADE, ao julgar o processo de consolidação da indústria petroquímica ressaltou a importância da manutenção de condições de acesso ao mercado internacional, como cerceador do poder do monopólio que naquela ocasião era criado.

Fato é que o acesso ao mercado internacional é sistematicamente restringido por uma alíquota de importação de 14%, bem acima do que a observada em outros países com plantas produtoras de matérias primas aliado ao uso de instrumentos de defesa comercial que cerceiam ainda mais as importações e são refletidas diretamente no preço doméstico, causando a citada diferença entre o preço da resina no Brasil e no mercado internacional. É importante ressaltar que o transformador não quer importar suas matérias primas, porém precisa ter um ambiente em que as referências internacionais sejam as mais livres possíveis para que não haja distorções no preço doméstico.

O antidumping, instrumento legítimo de defesa comercial, tem sua função desviada e acaba sendo utilizado apenas para restringir a concorrência internacional da indústria fornecedora de matérias primas e garantir que seus preços se mantenham acima do internacional.

Temos dois fortes exemplos dessa discrepância: o primeiro é o antidumping existente há mais de 20 anos contra importações de PVC, mesmo o Brasil não tendo plena capacidade para atender a demanda do mercado por essa matéria prima. Devemos ainda ressaltar que recentemente foi anunciada a aquisição da Solvay pela Braskem, consolidando também o monopólio no fornecimento brasileiro do PVC e tornando a Braskem a única fornecedora de 100% das principais matérias primas utilizadas pelo setor de transformados plásticos.

O segundo exemplo é que depois da consolidação do monopólio do PP e PE, em 2010, foi instituído um direito antidumping de 10,66% sobre as importações dos EUA de PP e esse direito provisório anunciado hoje restringe também o acesso a outras fontes de fornecimento de matérias primas além dos EUA.

Resultado disso é a indústria de transformados plásticos convivendo com preços de matérias primas cada vez mais altos frente ao internacional e com menos alternativas competitivas para compra dessas resinas.

Além dos preços mais altos, o setor de transformados plásticos não tem a mesma velocidade e capacidade de repasse de alta dos custos, até porque o setor de transformados tem mais de 11 mil empresas concorrentes entre si. Em 2013 os preços resinas de polipropileno aumentaram 17%, enquanto os preços da indústria de transformação aumentaram 5,04% e os dos produtos transformados plásticos aumentaram 4,79%, segundo o índice de preços ao produtor divulgado pelo IBGE.

O anuncio do direito provisório de antidumping de PP acontece num momento de forte pressão de alta nos preços domésticos de matérias primas. Do inicio de dezembro/13 até agora o preço do polipropileno aumentou cerca 6% e o fornecedor vêm se movimentando e anunciando novos aumentos nas próximas semanas.  Toda pressão comercial por alta de preços acaba sendo ampliada e corroborada por esse direito antidumping, mesmo sendo ainda provisório.

Os valores divulgados nesse direito antidumping provisório representam aproximadamente 6% de acrescimento nos preços das matérias primas das origens citadas.

A justificativa por vezes apresentada pela petroquímica para manutenção desses instrumentos de defesa comercial é a manutenção de um cenário propício a realização de investimento, porém, a realidade mostra que o foco dos investimentos da Braskem esta em outros mercados (México, aquisições nos EUA, Europa, Venezuela, etc) e não há nenhum grande investimento definido em ampliação de capacidade no Brasil. Até agora temos anunciado para o Brasil apenas o projeto Comperj ainda sem um cronograma definido.

O desenrolar dessa história se traduz na sistemática perda de competitividade do transformado plástico frente ao produto importado e que conforme amplamente acompanhado e notificado por nossa associação, colabora para a sistemática substituição da produção local por produto importado. Desde 2007 o déficit da balança comercial de transformados plásticos aumentou mais de 6X saindo de US$78 milhões para US$ 476 milhões. (Fonte: ABIPLAST)

Assine a nossa Newsletter:

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!
Criação de sites: Conectado
linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram