A convite do governo do Japão, a Abimaq- Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos participou de um congresso realizado durante a feira de equipamentos marítimos Sea Japan, realizada em Tóquio, no Tokyo Big Sight Conference Tower, no período de 8 a 11 de abril. Na ocasião, a associação apresentou a palestra entitulada “Brazil Offshore Now - and futureopportunities for Japan", tendo como objetivo debater o mercado de óleo egás do Brasil. A palestra, proferida em inglês com tradução simultânea para o japonês, para cerca de 500 empresários do setor, foi conduzida por César Prata,diretor conselheiro da Abimaq, vice-presidente da CSEN (Câmara Setorial deEquipamentos Navais e Offshore) e diretor dos Conselhos de Óleo e Gás eMetalurgia e Mineração.
Segundo Prata, a palestra exaltou as tecnologias disponíveis no Brasil e osprodutos inexistentes que poderiam interessar o setor em futuras parcerias. A apresentação foi complementar à palestra apresentada pela Abimaq na últimaedição da feira, realizada no início de 2012, que teve, na ocasião, o objetivo principal de convidar os grandes estaleiros japoneses a retornarem ao Brasil.
“Agora em 2014, com quatro grandes corporações japonesas já instaladas aqui(Ishikawajima, Mitsubishi, Toyo e Kawazaki), o novo objetivo foi convencer a cadeia produtiva subfornecedora dos estaleiros a buscar empresas brasileiras de máquinas para se associar e participar do mercado, atendendo exigências deconteúdo local, colocando a Abimaq à disposição para auxiliar as empresas aencontrarem parceiros dentre as nossas associadas”, explicou Prata.
VISITA AO BRASIL
Em agosto deste ano, durante a realização da Navalshore Rio, principal evento marítimo do País, o diretor de assuntos marítimos do Ministério dosTransportes do Japão (MLIT), Toshiya Morishige, virá ao Brasil liderando uma comitiva de empresários interessados no contato com as associadas da Abimaq. Deacordo com Prata, a vinda da comitiva terá dois aspectos, um político, oficiale formal, e outro técnico. O aspecto político poderá envolver encontros entreministros dos dois países, e o aspecto técnico deverá incluir apresentações deempresários do Brasil e do Japão com atuação nos mesmos mercados ou com os mesmos produtos.
“Nesta questão técnica, a Abimaq terá a missão de selecionar parceiros potenciais, colocando-os em contato”, detalhou Prata, que ressaltou a importância desta interação. “Hoje o Japão tem densidade demográfica de 330habitantes por km² enquanto o Brasil tem apenas 23. Somos ooposto deles em quase todos os sentidos e por isso nos complementamos. Um aspecto que nos chama a atenção nos empresários japoneses é sua visão de longo prazo. Ao contrário de nós, não se prendem tanto às pressões momentâneas de economia ou do câmbio. Eles vêem o momento que passamos como transitório, mas evidenciam que os fundamentos do Brasil estão corretos, pois temos matérias primas, vastidão territorial, mercado interno e democracia”, afirmou.
Para o diretor, como os brasileiros estão sempre buscando conhecimento tecnológico para agregar aos seus produtos, as parcerias são uma forma de atingir novos patamares, e o fato de boa parte dos equipamentos adquiridos pelo setor marítimo nos últimos anos vir de fora do Brasil indica que há o que se desenvolver localmente e tentar reter mais pedidos no país. “Além disso, osjaponeses vêem no Brasil uma nação amiga, sabem que fazem parte de nossa história e são sempre bem vindos. As grandes corporações japonesas já estão no Brasil há décadas, e preferem parcerias, fusões e aquisições para entrar em um mercado, o que representará oportunidades para nossas associadas”, acrescentou Prata.
