Os dois parceiros unem forças na primeira cooperação deste tipo, onde a consultoria em reciclabilidade e a construção de plantas de triagem se unem.
A consultoria internacional RecycleMe e STADLER Anlagenbau GmbH anunciaram sua cooperação para conduzir testes de classificação para determinar a reciclabilidade de embalagens em uma aliança única ao longo da cadeia de valor da reciclagem.
Os testes serão realizados no Centro de Inovação e Testes da STADLER recentemente inaugurado na Eslovênia, para a RecycleMe GmbH - uma empresa do Grupo Raan, que também inclui as empresas do Grupo Reclay ativas na área de sistemas ERP. Os clientes da RecycleMe podem analisar o comportamento de classificação de suas embalagens em condições atuais e reais. "Estamos satisfeitos por ter a STADLER como um parceiro globalmente ativo e renomado ao nosso lado", disse Sabrina Goebel, diretora administrativa da RecycleMe. “Esta cooperação permite-nos oferecer aos nossos clientes testes de triagem nas melhores condições, utilizando a mais recente tecnologia, simulando o comportamento das embalagens na prática - e com quantidades significativas. Isto nos permitirá aumentar ainda mais a qualidade dos resultados nas nossas análises de reciclabilidade e otimização de embalagens."
A investigação prática da reciclabilidade de embalagens na categoria de produto circulate°optimize faz parte do serviço de consultoria da RecycleMe e já é utilizada por muitos clientes de diversos setores. Depois que o comportamento de uma embalagem é analisado pela RecycleMe e pela STADLER, os clientes recebem relatórios de alta qualidade e bem fundamentados. Eles também recebem uma análise de tendências e recomendações adicionais da equipe da RecycleMe, que é construída em torno de especialistas da economia circular e da indústria de reciclagem. Por meio dessa cooperação única, fabricantes e distribuidores se beneficiarão da experiência de mercado acumulada dos dois parceiros.
Willi Stadler, Diretor Executivo da STADLER e chefe de sua empresa familiar, também está muito otimista sobre a nova parceria: "Estou muito ansioso para os projetos conjuntos e as descobertas que iremos tirar deles. Nosso Centro de Testes e Inovação é representante de uma planta de triagem de última geração. Além disso, temos tecnologia de sensores que nos permite fornecer aos clientes da RecycleMe soluções sob medida." A STADLER também está convencida dos benefícios da cooperação. "Como um dos especialistas mais procurados na área de construção de plantas premium, nos consideramos pioneiros em nossa indústria. Ao trabalhar com uma empresa inovadora e bem conectada como a RecycleMe GmbH, ganhamos insights importantes sobre os atuais desenvolvimentos do mercado, que iremos incorporar em novos projetos. "
Em sua filosofia corporativa, os dois parceiros da cooperação compartilham um compromisso com uma economia circular funcional e sustentável.
Fonte: Alarcon & Harris
A ECO Local Brasil é uma instituição que tem como objetivo mitigar os impactos causados pelo descarte indevido dos resíduos plásticos no meio ambiente. Desde 2002, a organização não governamental (ONG) é responsável por ativações ambientais de limpeza de praia, principalmente no litoral Sul e Sudeste do Brasil.
Até agora, a ECO Local Brasil já transformou mais de 70 toneladas de plástico por meio de logística reversa, realizando centenas de ações, entre coleta de resíduos nas praias, visitas a escolas para conscientização dos alunos e doação de objetos feitos com a matéria-prima reciclada - como quilhas de surf e brinquedos. Para isso, a organização também conta com uma rede de projetos parceiros em todo o litoral Sul e Sudeste. Eles enviam os resíduos para a instituição, que os devolve em forma de matéria-prima transformada. “O que nós entendemos, como ONG, é que não basta ficar apontando para o problema. É preciso também chegar com a solução. Por isso a gente encabeçou essa responsabilidade.” conta o fundador da ONG, Filipe Oliveira. “Nós entendemos que seria importante também sermos responsáveis pelo transporte e por dar um destino final àquilo que a gente coleta”.
Após 16 anos de atuação, em 2018, seus participantes entenderam que não bastava recolher, era preciso também tratar. Então, a ONG se reorganizou e criou também uma empresa na área de prestação de serviços para fazer o gerenciamento do material por categorias. O plástico retirado das ações ambientais é transformado em pellets (grânulos) sustentáveis, com os quais as indústrias fabricam novos produtos plásticos, também conhecidas como indústrias de 3ª geração, as transformadoras. A empresa também produz seus próprios objetos, que vão desde bancos de praça e lixeiras até quilhas para pranchas de surf. É a única instituição na América Latina que transforma plástico dos oceanos em matéria-prima sustentável, segundo Oliveira.
Em 2019, o Brasil reciclou 838 mil toneladas de plástico, um aumento de 10% em relação a 2018, segundo dados da pesquisa da reciclagem do Plástico, realizada anualmente pelo PICPlast. O estudo também mostra diminuição de 15,1% nas perdas do processo de reciclagem. Ainda que o país tenha avançado quando o assunto é reciclagem, há muito a ser feito.
O Movimento Plástico Transforma, que tem como objetivo reforçar conceitos como consumo consciente, destinação correta dos resíduos, reciclagem de plásticos pós-consumo e transformação em novos produtos, avalia que é necessária uma adaptação da indústria e dos consumidores à nova realidade. Segundo a instituição, a pesquisa demonstra que os principais motivos de perda no processo da reciclagem são de contaminação da sucata por descuido no descarte e, também, por triagem desqualificada. Cerca de 45% dos materiais coletados são PET, material reciclável.
Ainda que grande parte dos resíduos plásticos descartados incorretamente no meio ambiente seja de produtos finais, como embalagens, a perda dos pellets pela indústria do plástico também é uma fonte de preocupação. Atenta a isso, a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) é licenciadora do Programa Pellet Zero no Brasil, do qual a Braskem é signatária. A iniciativa tem como objetivo prevenir a perda de pellets, matéria-prima usada para fabricar os produtos plásticos. Para o Movimento Plástico Transforma, a iniciativa é importante para mitigar a perda dos pellets no meio ambiente, já que é também responsabilidade da indústria do plástico seguir um cronograma focado em conceitos da economia circular. A recuperação desse material não só evita problemas ambientais como pode significar diminuição no custo de sua produção a longo prazo.
A ABIPLAST é licenciadora do programa ® desde 2014 e do Programa Pellet Zero aqui no Brasil desde o fim de 2019. A iniciativa consiste em evitar e conter vazamento de pellets (grânulos plásticos antes da transformação), os quais podem ser levados para córregos, rios e mares. A Braskem é signatária do PPZ pela Plastivida (também licenciadora) e já alcançou a última estrela do programa.
O PPZ-OCS® visa ao engajamento de todo o setor dos plásticos em uma ação contínua e eficaz de contenção dos pellets e demais formas de resina, evitando a contaminação dos corpos d’água e, consequentemente, do oceano.
No Brasil, existem 274 municípios ao longo de 8.500 km de costa, segundo o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar. Esses números ilustram o tamanho do desafio do combate ao lixo no mar. Trata-se de um problema complexo, que demanda uma nova postura de todos os setores da sociedade na execução de ações que sejam, ao mesmo tempo, desafiadoras, pragmáticas e viáveis.