Com mais de 60 anos dedicados à atividade industrial, Eliseu Avelino Zanella assume a presidência do Simpep (Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná), em razão do falecimento do seu antecessor, Dirceu Antônio Galléas, eleito para o triênio 2021-2024.
Formado em Economia, Direito, Ciências Contábeis e pós-graduado em Economia Empresarial, o industrial detém sólida experiência na condução de negócios no setor de transformação de termoplásticos, buscando aprimoramento constante em cursos, feiras e exposições no Brasil e no Exterior.
Há 22 anos fundou a Indústria de Plásticos Eliza, empresa líder na fabricação de redes e embalagens plásticas para os mais variados setores, contando com máquinas de alta tecnologia e equipe altamente especializada neste nicho de mercado.
Tal trajetória proporcionou ao executivo desenvolver um conhecimento sólido, articulação política e visão sistêmica sobre o setor de transformação e reciclagem de materiais plásticos.
Apaixonado pelo que faz, acredita que para a indústria ter competitividade é preciso investir em automação e novas técnicas de fabricação, mas sobretudo na formação de pessoas.
“Se faz necessário um olhar analítico e perspicaz para acompanhar as tendências e a mudança de comportamento da sociedade”, reforça.
Dentre as suas paixões estão a atuação em um setor tão desafiador como a indústria de material plástico e o atletismo. Ele é um aficionado por esportes, dedicando-se todos os dias à corrida de rua. Já são mais de 300 provas e 55 troféus nesta modalidade.
Associativismo com visão estratégica
Ao assumir a presidência do Simpep, Zanella reafirmou seu compromisso em dar continuidade ao trabalho já em andamento de seu antecessor, lembrando que o associativismo está em seu sangue.
Ele participa, ativamente, há mais de quatro décadas de associações, sindicatos e federações do ramo industrial. Com destaque para as atividades de coordenação, no período de 2015 à 2019, no Sistema Fiep no Oeste do Paraná, sendo porta-voz deste importante braço político-institucional de todos os segmentos industriais.
Atualmente, está à frente da presidência do Simpep e do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Mecânicas e de Materiais Elétricos do Oeste do Paraná, concomitantemente.
Segundo ele, é preciso valorizar o caráter estratégico das entidades associativas, pois são elas que dão voz institucional para a defesa dos interesses dos setores produtivos.
Neste sentido, destaca que a sua gestão vem trabalhando fortemente para ampliar o acesso das indústrias às novas tecnologias, visando o aproveitamento de matéria prima, evitando desperdícios, bem buscando orientações e técnicas de aprimoramento para redução do consumo de energia elétrica. Para tanto, ações junto ao SESI/SENAI vêm sendo desenhadas.
“Outro grande enfrentamento que estamos fazendo é a questão da escassez de mão de obra especializada na indústria de transformação do plástico. Se não investirmos em pessoas, formando novos aprendizes a cada ano, o setor corre o risco de sofrer uma desaceleração. Este cenário já está gerando impactos negativos, portanto, cabe a nós buscarmos soluções para formar técnicos capacitados”, alerta o industrial.
Para evitar este gargalo produtivo no Paraná, a diretoria do Simpep decidiu firmar parceria com o SESI/SENAI, em Curitiba e Região Metropolitana, com o intuito de sensibilizar alunos do Ensino Médio a buscar capacitação profissional no setor, vislumbrando oportunidade de carreira.
A ação de conscientização prevê parcerias com instituições de ensino, mediante a oferta de visitas guiadas às indústrias e incentivos para a realização de cursos técnicos nos processos da indústria de materiais plásticos.
“Temos a pretensão de estender esta ação às Secretarias de Educação dos Municípios para que possamos replicar o projeto nas demais cidades do Estado”, enfatiza Zanella.
Ele destaca que o esforço não beneficia somente a indústria, mas também toda a sociedade, uma vez que possibilita aos jovens, entre 16 e 18 anos, ingressarem no mercado formal de trabalho.
O pulso do mercado
A escassez de insumos e de matérias primas, sentidas logo após o início da pandemia (março/2020) é pauta que vem mobilizando a entidade no sentido de achar alternativas.
Os preços até hoje continuam altos e sujeitos a oscilações, agora agravados com instabilidade macroeconômica e o alto custo do petróleo, em decorrência dos conflitos no Leste Europeu e suas consequências.
Diante deste cenário, Zanella acredita que tanto as pequenas como as grandes indústrias terão dificuldade de absorver o impacto dos aumentos, sendo necessário repassar ao menos parte aos seus clientes.
“Nós empresários temos sempre que ter cuidado com o custo do nosso produto, principalmente na composição do preço de venda, pois o segredo do negócio é muito mais amplo que o custo da matéria prima”, destaca.
Ele destaca ainda a elevação dos custos de manutenção de maquinas, material elétrico, eletrônico e peças, bem como de energia elétrica, que vão exigir rápida adaptação dos industriais e forte representação dos interesses privados, por parte das entidades de classe.
Neste sentido, Zanella faz um alerta: os sindicatos precisam ser mais valorizados em seu caráter estratégico, especialmente na atual conjuntura recessiva. Pois são um importante apoio nas áreas técnica, jurídica e político e institucional para enfrentamento de problemas cruciais da nossa indústria.
Sobre o SIMPEP - Criado em 1976, em Curitiba (PR), a entidade sem fins lucrativos, é representativa das Indústrias de Transformação e Reciclagem do Plástico, voltada para o atendimento da atividade empresarial (categoria econômica). Com base territorial no Paraná, possui representação nacional junto à Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) e outras entidades do setor industrial, contando com mais de 100 indústrias associadas.