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O mês de abril apresentou uma queda significativa no volume de vendas de resinas dos associados ADIRPLAST de 29% comparada ao mês de março deste ano. O índice era esperado devido a pandemia do Covid-19 e a falta de matéria-prima pela qual o setor está passando.

Para enfrentar o momento, a ADIRPLAST aposta na experiência, conhecimento e detalhada análise de dados. Por isso convidou Stephen Moore, Diretor Global de Operações da consultoria internacional Townsend Solutions, para uma apresentação sobre cenários do mercado mundial petroquímico: “A pandemia do Covid é uma grande lição para os negócios. Os países perceberam que a dependência da China não é positiva e abriram os olhos para novos modelos”, explicou.

Moore explicou que o Polietileno (PE), por exemplo, teve 104.580 kt consumidas mundialmente em 2020. Desse total, 51% são utilizados pela China e América do Norte, o Brasil utiliza 2,7%. A previsão é que o volume aumente em 3,7% até 2025.

O especialista também afirmou que os preços praticados mundialmente não são só determinados pela demanda, mas também pela oferta da matéria-prima que pode sofrer de acordo com questões ambientais, como a do congelamento no Texas e até mesmo da pandemia, por exemplo. “O futuro será volátil e é preciso se planejar para isso”, alertou. 

Um dos exemplos desta alteração de preços é dada por Erasmo Fraccalvieri, sócio-diretor da Tecnofilmes, que também escreve a coluna Radar Econômico para o Boletim semanal ADIRPLAST: “Segundo fontes da plasticmatrix.com está ocorrendo uma queda acentuada da demanda por embalagens flexíveis na China, tal fato tem forçado produtores de filmes (BOPP e BOPET) a revisar preços para baixo enquanto as resinas permanecem em patamar elevado. O PE continua ainda pressionado”. Ele também alerta que nas commodities químicas pouca coisa mudou nos últimos tempos. O compasso de espera ainda marca presença. Os contratos futuros de propano mostram uma diminuição do stress, mas ainda indicando lateralização dos preços.

Já no segmento de Plástico de engenharia, Joel Pereira de Araújo, da Master Polymers, conta que este produto também está com uma demanda desproporcional à capacidade produtiva. “Estamos com aumento de preços desde janeiro e dependendo do produto o prazo de produção/entrega pode ser de 4 meses após a confirmação do pedido. Todavia acredito que este desbalanço do mercado deve se normalizar entre junho e julho deste ano e em Agosto e Setembro espero que os preços comecem a recuar lentamente”, explica.

Araújo também reforça que o alto preço dos metais tem contribuído para uma maior procura de materiais alternativos. “E os polímeros de engenharia entram como fortes candidatos nesta substituição, permitindo não só a redução do custo final da peça como a sua diminuição de peso.”


Aposta no futuro e na Distribuição Oficial

"Como distribuidores de resinas plásticas e afins, nós, da ADIRPLAST, temos feito o possível para atender nossos clientes. Vale lembrar que, no início da escassez, ainda no final do primeiro semestre do ano passado, foram nossos estoques que permitiram que muitas indústrias conseguissem seguir atendendo os clientes. Infelizmente, nenhum estoque é infinito. Nós também temos encontrado problemas para repor nossos produtos, mesmo sendo distribuidores oficiais”, conta Laercio Gonçalves, presidente da entidade.

Ainda segundo ele, há relatos de associados da entidade que sofreram em 2020 uma queda de mais de 20% em suas vendas justamente pela falta generalizada de insumos que afetou não apenas o Brasil, mas o mundo.

O executivo explica que na tentativa de mitigar o problema, os associados têm mantido estreito contato com os fornecedores e estão em busca de novos parceiros. “Mas vale ressaltar que em uma realidade como essa, pior e mais desafiadora do que a imaginada por todos nós, é difícil para o empresário enfrentar tudo isso sozinho. Muito do que vamos colher neste ano também será fruto das resoluções ligadas ao controle da pandemia no país e no mundo, além da seriedade com que o governo e Congresso deve tratar de um tema fundamental para o setor privado: a reforma tributária, que consequentemente promoverá o combate à sonegação", finaliza.

Fonte: Assessoria Adirplast

O cenário de desabastecimento de insumos plásticos que se tornou realidade para muitas empresas transformadoras no Brasil não é vento passageiro, acreditam os dirigentes da ADIRPLAST (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins). “Nunca tivemos tantos acontecimentos que impactaram a produção e o consumo ocorrendo ao mesmo tempo e em um curto período”, explica Laercio Gonçalves, presidente da entidade. Segundo ele, essa é uma crise que começou a ser desenhada no início da pandemia, com as dificuldades de produção e a insegurança de como manter trabalhadores em operação, tanto aqui no país, como no restante do mundo.

Se de um lado o coronavírus parou o mundo e a produção de insumos, do outro fez aumentar a demanda de produtos das áreas de saúde e higiene. Além disso, diz Laercio, o setor de embalagens, que retomou rapidamente seus pedidos, fez com que o desequilíbrio entre oferta e demanda ficasse ainda mais latente.

E não foram só as falhas em se prever aumento nas demandas que propiciaram o cenário atual. Osvaldo Cruz, diretor da Entec Ravago (distribuidora internacional de resinas), explica que as questões climáticas também vêm atrapalhando a indústria. “No quarto trimestre de 2020, os EUA e o Golfo do México foram impactados por tempestades e furacões que contribuíram para retardar ainda mais o início das operações das plantas petroquímicas da região. Além disso, as companhias da região têm apresentado sucessivos problemas técnicos”, diz Cruz. E, como se não bastasse, lembra, o setor ainda foi surpreendido nas últimas semanas pelo congelamento e baixas temperaturas do Texas, que fizeram com que, mais uma vez, várias refinarias fossem fechadas: “Isso deve impactar certamente ainda mais na produção de plásticos”.

As incertezas externas têm afetado diretamente o Brasil, afirma Laercio Gonçalves. Segundo ele, o país importa historicamente 30% do consumo aparente de resinas termoplásticas e a demora na chegada desses produtos por aqui afeta o mercado nacional, mesmo que haja notados esforços de produção local.

Além disso, explica o presidente da ADIRPLAST, é o resultante da relação entre oferta e demanda que sabidamente controla o preço dos produtos. E no setor de resinas, não é diferente. Falta de produto no mercado e alta procura significam, certamente, preços mais altos. Assim, esse desequilíbrio vivido hoje pelo mercado fez com que o preço de algumas resinas saltasse em até 90%, tanto aqui no Brasil como no mundo. E, no caso específico do Brasil, aponta Laercio, parte deste aumento também se justifica pela alta do dólar, que impacta diretamente os insumos petroquímicos, entre outros custos do setor, como frete.

E a alta nos preços não é um fenômeno de curto prazo, diz Gonçalves. “Ao contrário. Essa é uma tendência que se explica por vários motivos, como, por exemplo, pelo preço do barril de petróleo que saltou de US$ 40 no final de 2020 para US$ 60 atualmente. A alta de mais de 20% da nafta e do etano são outros indicadores. Soma-se a isso um dólar de R$ 5,45, e paradas nas plantas nos EUA, além de manutenções no Brasil”, explica o presidente da ADIRPLAST. Não fosse o bastante, o executivo ainda aponta que é preciso levar em conta a expectativa de crescimento das economias brasileira e mundial, que devem continuar pressionando os preços para cima.

Tanto Gonçalves quanto Cruz acreditam que a crise do desabastecimento deve perdurar por todo o ano, chegando ao primeiro trimestre de 2022. Com ela, deve seguir também a alta de preços. “Essa instabilidade toda, tanto do mercado quanto da indústria, faz com que nós, distribuidores, estejamos sempre antenados e preparados para que nosso planejamento de compras, por exemplo, realmente atenda nossos clientes e suas demandas futuras, para que possamos sanar de alguma forma esses gaps de produção e ajudar os pequenos e médios transformadores de plásticos a transpor da melhor forma possível esse momento”, finaliza Osvaldo.

Um pouco mais otimista

Embora o cenário não pareça favorável, Erasmo Fraccalvieri, diretor da Tecnofilmes, distribuidora de filmes bio-orientados, não acredita que ele deva perdurar por tanto tempo. Segundo o executivo, as dinâmicas de oferta e de demanda das resinas plásticas nas Américas precisam ser analisadas com cuidado. “O Texas responde por menos de 5% da produção mundial de petróleo. E, mesmo o congelamento de parte da sua produção, não afetou as dinâmicas dos contratos futuros. Podemos sim ter um desconforto, mas momentâneo e localizado”. Para Fraccalvieri, ainda vale o cenário feito em dezembro de 2020: “pressão de alta no primeiro trimestre e queda forte em abril”. Isso porque, continua ele: “se o impacto não for relevante a níveis mundiais, pouco muda a dinâmica global desenhada”, finaliza.

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