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Não é novidade que os utensílios plásticos de uso único podem e devem ser reciclados. Infelizmente, a falta de conhecimento gera incertezas com relação a esses produtos, não resolve as questões ambientais e ainda pode aumentar o problema, já que o descarte inadequado desses e de outros diversos itens é o que verdadeiramente tem colocado em risco a preservação do meio ambiente.

Dentro deste contexto, não foi com surpresa que a ADIRPLAST (Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins) recebeu as informações da pesquisa contratada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela organização Oceana, afinal não é de hoje que o plástico vem sendo apontado como inimigo número um do meio ambiente e, principalmente, como poluente dos oceanos. Os dados da pesquisa em questão foram publicados em 2021 pelo jornal O Estado de São Paulo, na matéria “Clientes de iFood e UberEats são contra uso de plástico e querem mudanças”.

A falta de informação aprofundada sobre o tema, aliada a dados incompletos, é um dos grandes motivos pelos quais algumas pessoas, tem pensamentos equivocados quanto ao uso do plástico no mundo. Além disso, também explica por que 72% das 1.000 pessoas que participaram da pesquisa, todas usuárias tanto do iFood quanto do UberEats e de outros aplicativos, disseram que gostariam de receber seus pedidos sem plástico descartável.  A própria matéria do Estadão, por exemplo, ajuda a fortalecer algumas inverdades sobre os itens descartáveis feitos de plástico. Um deles é de que o plástico utilizado nesses produtos está “praticamente no final de sua vida útil". Isso não é verdade. Conforme comunicado divulgado pela ADIRPLAST ,os plásticos utilizados para atender aos pedidos de delivery de comida têm totais condições para serem reciclados e voltarem à vida na forma de inúmeros outros produtos, como tubulações elétricas, embalagem de produtos agrícolas e de lubrificantes, vasos de plantas e artigos de construção civil, rodapés, molduras de quadros, entre outros tantos produtos. Para tanto, basta que sejam reciclados.

Outra informação questionável da reportagem é de que a maior parte do lixo plástico descartável “vai parar nos oceanos” embora nenhuma fonte tenha sido apresentada para endossar essa informação. Infelizmente os aterros sanitários ainda são o fim comum para o plástico não reciclado no Brasil. Essa realidade esteja caminhando para o fim,  já que muitas embalagens plásticas para alimentos produzidas anualmente no país, são recicladas. Isso significa que cerca de 700 mil toneladas desses plásticos já são reutilizadas, ao invés de serem apenas descartados, aponta levantamento do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida) e da Associação Brasileira da Indústria Plástica (Abiplast).

Ponto interessante da pesquisa, no entanto, é que 68% dessas mesmas pessoas que participaram do levantamento disseram achar que recebem embalagens na medida certa. Isso mostra que, entre a percepção de que o plástico é um material nocivo ao meio ambiente e a realidade dos benefícios e da praticidade proporcionada por esses produtos, impera a última. O plástico é um material que vem sendo usado pela indústria alimentícia há muitos anos e que ajuda não apenas a conservar os alimentos, minimizar o desperdício e também evitar que eles sejam contaminados por agentes externos.

O outro lado

Com o objetivo de entender a opinião da população brasileira sobre o uso de plástico como sacos, sacolas, copos, pratos e talheres, a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis (ABIEF) e o Instituto SustenPlást encomendaram ao Datafolha pesquisa sobre a Opinião da população sobre uso de plásticos. A pesquisa foi quantitativa, com abordagem presencial em pontos de fluxo, mediante aplicação de questionário estruturado. Foram realizadas entrevistas em todas as regiões do Brasil.

O estudo, que foi objeto de matéria no Jornal Valor Econômico em agosto 2021,  mostra que maioria da população brasileira (69%) acha importante continuar recebendo produtos como sacos, sacolas, copos, pratos e talheres para o uso em suas refeições (delivery em casa ou nas praças de alimentação). A pergunta foi estimulada com uma explicação sobre a questão da higiene (principalmente no contexto atual de pandemia) e da praticidade desses produtos. Nas considerações finais do estudo, o Datafolha sugere ainda que sejam reforçadas campanhas sobre plásticos de uso único, seus benefícios e vantagens, além de maiores esclarecimentos acerca da destinação e dos dados sobre reciclagem desse tipo de material, podem auxiliar no consumo consciente.

“O estudo foi contratado porque percebemos que o sentimento das pessoas era diferente do que foi mostrado por outra pesquisa. Era importante entender o que  sociedade pensa a respeito. E a resposta foi contundente. A sociedade quer sim a utilização de produtos plásticos descartáveis em suas entregas em delivery e praças de alimentação”, explica o Presidente do Instituto SustenPlást, Alfredo Schmitt.

Para o dirigente, a pesquisa contratada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela organização Oceana causou a impressão de que as pessoas consultadas não entenderam bem o significado da análise. “Ao confrontarmos com um novo estudo, que não deixou dúvidas em seus questionamentos, as respostas foram diametralmente opostas. Para as bilhões de máscaras descartadas no Brasil - que são de material plástico - a pesquisa do Pnuma nada diz. Para as milhões de embalagens de remédios, alimentos e etc., de dificílima coleta e reciclagem, em sua maioria de uso único, também nada se fala”, adverte Schmitt.

O empresário explica ainda que a cadeia produtiva do plástico tem feito muita coisa em prol da sustentabilidade e do meio-ambiente. Desde o desenvolvimento de resinas com conteúdo reciclado, processos de conscientização e mudanças de comportamentos de massa. O Tampinha Legal é iniciativa do Instituto SustenPlást com o apoio do Movimento Plástico Transforma. Através de ações modificadoras de comportamente de massa, conscientiza quanto ao destino adequado aos resíduos plásticos e faz com que a economia circular ocorra na prática.

Benefícios na pandemia

O Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Embalagens Flexíveis (ABIEF), Rogério Mani, afirma que o avanço na utilização do material durante a pandemia (por conta de todos os benefícios existentes na redução de riscos de contaminação) foi percebido. “Sem dúvida, tanto que uma das principais conclusões do estudo Datafolha é que a maioria da população brasileira (69%) acha importante continuar recebendo produtos como sacos, sacolas, copos, pratos e talheres de uso único (descartáveis) para utilização nas refeições, seja no delivery (em casa) ou nas praças de alimentação”, salienta o dirigente. Esta intenção, segundo Mani, é justificada pela questão da higiene (principalmente no contexto atual de pandemia) e da praticidade que estes produtos garantem, além da possibilidade de consumo on the go (em movimento), uma outra forte tendência.

O Plástico precisa circular!

O dirigente aposta muito no aumento do uso de conteúdo reciclado nas embalagens plásticas flexíveis. “Este é um movimento que cresce anualmente e continuará a crescer, alavancado pela demanda dos brand owners. O plástico não precisa acabar, ele precisa circular”, salienta o dirigente.

Mas para que as campanhas deem resultados positivos, aponta Mani, é preciso políticas públicas que incentivem a reciclagem. “Hoje, infelizmente, ainda convivemos com fatores de entrave como o baixo valor agregado dos reciclados, a bitributação, um parque industrial defasado e falta de estímulos fiscais legais. O processo é moroso e complexo”, lamenta.

Os avanços dos últimos anos no que tange potencial de reciclabilidade, consciência de consumo e descarte correto foram significativos, principalmente se considerarmos as inovações calcadas em tecnologia. O Presidente da ABIEF acredita que a tecnologia e a inovação aplicadas à sustentabilidade, reciclagem e economia circular, ajudaram a desenvolver/aperfeiçoar novos sistemas de reciclagem; e tornam possível lançar materiais de base bio, com conteúdo reciclado e recicláveis. Além disso, Mani cita que o avanço dos programas de coleta seletiva e reciclagem pós consumo também merecem destaque. “Mas, como a própria pesquisa Datafolha indica, é preciso aumentar o número de campanhas sobre os benefícios e vantagens dos plásticos de uso único, além de ampliar os esclarecimentos sobre a correta destinação e expandir a divulgação dos dados sobre a reciclagem desse tipo de material. Estas campanhas podem auxiliar de forma importante no consumo consciente”, finaliza o dirigente.

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